Dodô Azevedo
G1
O que nos fascinou em Belchior foi o que ele escolheu fazer de sua vida.
Belchior poderia, nos anos 70, ter feito tanto dinheiro e tanta fama quanto o Roberto Carlos, na mesma década.
Poderia ter construído um patrimônio. Poderia ter empreendido. Poderia ter uma mansão na Barra da Tijuca.
Poderia ter participado de programas de TV.
Poderia ter pagado impostos.
Poderia ter sabido o que iria fazer no dia seguinte, nos anos seguintes - ter sido o que se exige sermos desde que o momento em que nascemos.
Poderia ter cumprido seu papel: Nascer e morrer sendo uma peça útil para o sistema.
Mas, não. Belchior escolheu sair do sistema.
Escolheu viver a vida que quis, não a que o sistema exige que todos nós vivamos.
Foi, portanto, mais livre do que eu e você.
E, provavelmente, ainda mais livre agora.
"Eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza.
Deixemos de coisas, cuidemos da vida,
Senão chega a morte ou coisa parecida,
E nos arrasta moço sem ter visto a vida.'' - Escreveu. Cantou. Escolheu.
Belchior escolheu ver a vida.
E você? Vai fazer o quê?
Agora, amanhã, depois de amanhã. Até o dia de sua morte. O que você vai fazer?
Passará a fazer escolhas?
Ou continuará deixando que escolham por você?
O que você vai fazer com o resto da sua vida?
Ficar apenas lamentando a morte do último homem livre?
(Crédito da imagem: Benedito Salgado/Estadão Conteúdo)
BELCHIOR, O ÚLTIMO HOMEM LIVRE
Reviewed by Mural do Oeste
on
segunda-feira, maio 01, 2017
Rating:

Nenhum comentário:
AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Blog Mural do Oeste É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Blog Mural do Oeste poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada,Que esteja sem indentificação.