P - Qual a sua visão do cenário político atual de Barreiras?
R – Vejo com preocupação. Encerramos ciclos com fortes lideranças e não houve renovação. Tivemos um ciclo com Anibal Barbosa, Baltazarino, Suruna, Ismail Figueiredo e Otacílio. Depois tivemos outro com Paulo Braga, Sebastião Ferreira, Saulo Pedrosa e Antônio Henrique.
O que aconteceu? Como não houve renovação e o povo queria mudança, Jusmari veio de Luiz Eduardo ocupando este espaço com uma eleição consagradora.
P – E por que Jusmari se encontra hoje com tão grande rejeição ?
R - Antes de responder quero colocar uma questão conceitual. Tudo que vou dizer é referente a política e a administradora Jusmari e não a pessoa física. O papel da oposição é também de fiscalizar e denunciar as irregularidades e desvios das aplicações dos recursos públicos e a má administração.
O que houve com Jusmari foi pura traição aos barreirenses. O seu discurso gerou uma grande expectativa positiva, a boa vontade de todos para com ela foi enorme. Mas é aquela história “ você pode enganar muita gente por muito tempo, mas não pode enganar o tempo todo”.
Ao tomar posse, com o tempo, foi se revelando a sua intenção e seu estilo. Esperávamos uma gestão moderna e empreendedora, mas para nosso desespero e decepção víamos se instalar o pior dos retrocessos político e administrativo. A prática do clientelismo na sua forma mais atrasada e a corrupção em alta escala. A Prefeita se apossou dos recursos e dos bens da Prefeitura como se fossem seus. Ela não confundiu, simplesmente transformou o bem público em privado.
O desgoverno que aí está nem sequer consegui se instalar direito. Desmontou uma estrutura que funcionava e não teve competência para montar outra.
Planejamento, eficiência e austeridade são conceitos que não existe na visão a na prática da Administração atual do município.
P - Vamos falar de sucessão municipal. Qual a sua avaliação das candidaturas que estão colocadas?
R - Há uma grande ansiedade, até mesmo de vocês da imprensa, em considerar consolidado o quadro sucessório com as candidaturas de Jusmari a reeleição, Antônio Henrique e Zito Barbosa. Acredito que o quadro não esta definido pela própria dinâmica da política, mas vamos lá.
A Jusmari já está em plena campanha, aliciando pessoas e promovendo um empreguismo sem nenhum pudor. O seu isolamento político é um fato. Perdeu até o partido pelo qual se elegeu, o PR. O seu governo pegou a marca da incompetência e da corrupção. Não sei se o governador vai arriscar o seu prestígio em apoiá-la.
O Zito Barbosa deve pensar mais em vir para Barreiras. Vejo com legitimidade a candidatura de Antônio Henrique, é preciso uma remodelação e uma atualização do discurso. Ou seja, uma reciclagem.
P – Pode haver mudança neste quadro de candidatos. O que pode acontecer?
R - A política tem o seu dinamismo próprio. Às vezes um simples fato muda o curso da história. Acredito que muitas águas ainda vão rolar na política barreirense. Um fato que aconteceu que ainda não teve a devida repercussão foi a eleição de Paê para a presidência do PT. É uma mudança de atitude positiva do partido que pode influenciar no quadro sucessório. É possível que as candidaturas que largaram tão cedo não cheguem ao final.
A campanha só começa oficialmente depois das convenções em junho de 2012.
P – A Prefeita Jusmari tem tomado decisões polêmicas, como a venda do Parque de Exposição. Como avalia esta questão?
R – O desespero da Prefeita em levantar recursos para a próxima campanha eleitoral é tão grande que vêm cometendo absurdos e desatinos com o patrimônio público.
Primeiro, na calada, entregou os serviços de água e saneamento do município para a Embasa em troca de um projeto de saneamento de R$ 76 milhões. O correto seria ter licitado a concessão que valia no mínimo R$ 100 milhões. A outra alternativa seria continuar explorando estes serviços que proporcionaria ao município uma renda mensal em torno de R$ 1 milhão. A obra é de péssima qualidade, sem um bom planejamento que vem causando sérios transtornos. Na época das águas é um mar de lama, hoje, na seca é uma nuvem de poeira comprometendo a saúde da população, principalmente das crianças e idosos. Tem mais, a Embasa pegou financiamento da obra na Caixa Econômica e quando fizer as ligações das casas as contas de água terão um aumento de 80%. Ou seja, quem vai pagar a conta do empréstimo somos nós.
Agora coloca a venda o Parque de Exposição. Área verde cuja vocação natural é um Parque da Cidade para o conforto e lazer, como existe em toda grande cidade. É ponto de equilíbrio num bom projeto urbanístico para a cidade.
Outro dia agride as praças do centro histórico. O que estão fazendo ali? Você sabe?
É preciso que a comunidade reaja e demonstre sua indignação. Estão nos fazendo de tolos.
P – Suas considerações finais
R – Agradecer a oportunidade, o que demonstra que podemos ter uma imprensa democrática e livre para as várias correntes de pensamento e expressão. Não temos o que temer. No processo democrático há o tão falado contraditório, que deve ser exercitado com ganhos reais para a comunidade que deve ficar sempre bem informada.
Lembrar que a primeira responsabilidade das próximas eleições é dos partidos políticos que devem escolher e apresentar seus candidatos a prefeito e a vereadores. Depois cabe aos eleitores escolher e eleger aquele que vai administrar o município nos próximos quatro anos. É nosso futuro que está em jogo e por isto temos que ter bons candidatos.
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