Depois do mico em que se transformou o acordo selado nos bastidores entre a articulação política do Michel Temer (PMDB) e o senador Otto Alencar (PSD) pelo qual o governador Rui Costa (PT) daria pelo menos 16 dos 25 votos da bancada que segue sua orientação na Câmara dos Deputados para ajudar a salvar o presidente, a grande maioria dos parlamentares que havia sido orientada a abster-se para ajudá-lo deve votar a favor da abertura do processo contra o peemedebista logo mais.
A fim de enviar um sinal inequívoco ao presidente de que havia aceito o acordo intermediado por Otto, Rui chegou a exonerar os secretários Josias Gomes (Relações Institucionais) e Fernando Torres (Desenvolvimento Urbano), que são deputados licenciados, para que voltassem à Câmara a fim de cumprir o roteiro de abstenção, o que levou os suplentes que assumiram mandatos em seus lugares, Robinson Almeida (PT) e Davidson Magalhães (PCdoB), que não queriam votar com Temer, a se indignar .
Às 11h30 de hoje, no entanto, o senador Otto Alencar chamou a bancada do PSD para informar que o acordo havia sido desfeito e a bancada não precisava mais cumprir a promessa de se abster. Por volta das 11h, Josias Gomes também divulgou um texto em que anunciou sua mudança de posição, que era inicialmente de abster-se, para votar abertamente contra o presidente da República. O próprio governador deu entrevistas esta manhã avisando que não pactuara nada com o presidente.
Rui voltou a defender eleições diretas para o país e colocou até seu cargo à disposição. Revoltados, outros deputados ligados ao governador também passaram a anunciar que votariam pela abertura do processo contra Temer. Estão nesta turma apenas aqueles que pertencem a partidos como o PT, desde o início contrário ao acordo com o governo federal, o PSD de Otto, o PSB, o Podemos e o PCdoB. PP e PR que se relacionam nacionalmente bem com Temer devem manter apoio ao presidente da República.
Hoje de manhã, depois de comunicar a situação aos deputados de seu partido, Otto admitiu, em entrevista ao radialista Mário Kertész, que intermediara o acordo, basicamente em decorrência da promessa feita por Temer de que liberaria o empréstimo para a Bahia. Trata-se de um aporte do Banco do Brasil, no valor de R$ 600 milhões, para aplicação nas obras do metrô e de estradas na Bahia.
“Quinta-feira faz quinze dias, publicaram de manhã o contrato da Bahia. Liguei para o governador e disse: ‘estão cumprindo, estão ajudando a Bahia’. Se o governo Temer se propõe a ajudar a Bahia, é natural que ele está mostrando que não vai nos discriminar”, contou Otto, acrescentando que, por conta desse entendimento, passou a defender que a bancada baiana se posicionasse no sentido de ajudar o presidente.
Ele atribuiu o malogro do acordo a uma forte pressão do DEM, liderado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que conduz a votação e é amigo pessoal do prefeito ACM Neto (DEM), principal adversário do governador na Bahia. ”O presidente disse que teria que convencer o Democratas para poder assinar (o empréstimo), o que significa que existe essa pressão do Democratas para que a Bahia não seja beneficiada com o empréstimo.
Ainda que não ajude mais Temer, a bancada baiana já deu a primeira mão ao presidente da República, ao ter comparecido em peso a plenário, dando quórum para a sessão iniciar, já que o governo temia que, se isso não ocorresse, a sessão seria adiada, ampliando ainda mais o desgaste do presidente da República.
Via: Bahia Notícias
ACORDO DE RUI COM TEMER NÃO É SELADO E BANCADA BAIANA DEVE VOTAR A FAVOR DA DENÚNCIA CONTRA TEMER
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quarta-feira, agosto 02, 2017
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